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Gastronomia da região
Pela proximidade do mar, as gentes de Peniche desde sempre se dedicaram à pesca, pelo que não é de estranhar que a sua gastronomia seja predominantemente dominada pelos pratos de peixe e marisco.
Nos numerosos restaurantes existentes na cidade e nas principais estâncias balneares, podem-se encontrar as mais diversas especialidades gastronómicas da região, de onde sobressaem a "Caldeirada de Peniche" e a Sardinha assada. Igualmente deliciosa é a doçaria local de que os Pastéis de Peniche, os Amigos de Peniche, e uns biscoitos de amêndoa chamados "esses" são as principais especialidades.
Tradicionais pratos em Peniche
Caldeirada de Peniche à Pescador
Este prato fazia-se, originalmente, a bordo das embarcações, pela companha. Nos anos 1930 começou a ser confeccionado por Maria da Conceição Pereira, com apoio de Beatriz Lopes, como parte da ementa disponível na pensão do Forte de São João Baptista, na Berlenga.
É um dos pratos emblemáticos de Peniche, com relevância sociocultural e económica e projeção no exterior, referenciado em bibliografia sobre história local. É preparado com espécies, frescas, capturadas na costa ao largo de Peniche.
Alfaquique de Peniche com açorda de ovas
Quer o peixe frito quer as açordas de ovas (nomeadamente de chicharro) são bastante consumidos em Peniche. O alfaquique com açorda de ovas é um prato que tem uma grande importância económica nesta comunidade graças à sua comercialização por restaurantes locais a partir dos anos 70. As suas ovas, grandes e com um sabor característico, têm a particularidade de, mesmo em açorda, serem muito visíveis.
Quelme seco de Peniche
Normalmente o peixe era salgado para o conservar, quando havia alguma fartura e não se consumia a totalidade do pescado fresco. Este é um prato popular do concelho de Peniche, feito com diferentes variedades de peixe, essencialmente quelme, raia e chicharro. Ainda hoje é uma das imagens emblemáticas nas ruas de Peniche.
Raia de Peniche de molhinho
Este prato, tradicional de Peniche, pode ser confeccionado com raia fresca ou raia seca, previamente demolhada para retirar o excesso de sal.
Sequinho de robalo de Peniche
O Sequinho de Peixe era tradicionalmente comido nas tabernas, pelos pescadores dos barcos (repartição dos quinhões / cabazes correspondentes a cada um, atribuídos em percentagem do pescado). Normalmente aos sábados, quando iam à taberna para esta divisão, levavam o “petisco” – sardinhas, petingas, raias,… e pediam, ao taberneiro, que se fizesse o Sequinho.
Também era confeccionado aquando das “funções” no dia da Missa do Barco.
Gala-gala
Este prato era o prato de recurso quando a companha está no mar, quando não existe outros ingredientes ou peixe em condições para fazer caldeirada, faz-se então o gala-gala, utilizando os ingredientes existentes a bordo: batata, arroz e massa.
Pastelinhos de polvo de Peniche
O polvo é um molusco marinho da classe Cephalopoda e da ordem Octopoda, que significa “oito pés”. Este molusco de corpo mole e sem esqueleto é composto de oito tentáculos dispostos em torno da boca e com fortes ventosas. Dispõe ainda de uma tinta que usa como camuflagem quando se sente ameaçado.
Com este delicioso molusco, fazem-se “pataniscas de polvo” que desde os tempos mais remotos são confeccionadas com polvos mais pequenos apanhados nas rochas da nossa costa, acessíveis a qualquer pescador lúdico com a ajuda de um isco, ou ainda, como forma de aproveitamento das partes mais delgada dos tentáculos, depois de utilizadas as melhoras peças na confecção de outras receitas.
Broa de milho com sardinha de Peniche
Este é um prato tradicional do concelho de Peniche, onde a conceituada sardinha de Peniche era bastante apreciada tanto na então vila como nas aldeias.
Nas aldeias do concelho, todos os sábados, normalmente de manhã, acendiam-se os fornos com lenha colhida no momento e amassava-se o pão.
Os primeiros a saborear as “berendeiras” eram as crinças, que assim que o pão ia ao forno, ficavam ansiosas por saber a quem calhava a primeira.
Este prato ainda hoje é confeccionado. Pode também ser feito com sardinha previamente colocada em salmoira.
Tradicionais pratos no concelho de Peniche
Carqueja
- Faziam-se as enguias e os rabacos que se apanhavam no Rio fritos num fio de óleo ou azeite e um dente de alho.
- Nas várias casas havia a matança do porco duas vezes ao ano, com participação de toda a população. Colocava-se nos “salgadores”, a carne, os chouriços, as linguiças, e os ossinhos (fazendo uma moira).
Casal Moinho
- Em casa, o forno cozia pão de milho uma vez por semana.
- A comida, nalgumas famílias, era feijão com couves para o almoço e ao jantar farinha de milho com a água do feijão com couves. Tendencialmente, a ementa repetia-se.
- Nas famílias mais necessitadas havia o hábito de comer sopa de cardos.
- Lombo assado na Banha: arrecadava-se e fazia-se com a banha.
- Papas de milho com açúcar ou sardinhas: As papas eram feitas no caldo do feijão e das couves.
- Torresmos
- Toucinho branco para comer com o pão
- Sandes de pão com banha com colorau
- Refeições rituais: Coelho na Páscoa, Galinha no Natal e nas Festas, Peru e Porco assado no Entrudo
- Massa lêveda para as filhoses.
- Bolos de Ferradura pelas festas.
Casais do Júlio
- Sarrabulho (prato típico)
- Papas de Milho (prato típico)
- Peixe: A caldeirada que se cozinhava nas aldeias é diferente da caldeirada do Pescador, pois não leva condimentos nem tomate, apenas cebola, salsa acabada de apanhar, peixe (menos variedade) e batata da terra.
- Sopa saloia: Constituída por ossos (ia-se ao salgadouro buscar), chouriço (estava pendurado na chaminé), feijão catarino, couves, cenoura e cabeça de nabo.
- A água era bebida na fonte com a folha da couve.
- Para comer batata cozida, fazia-se um garfo a partir de um caniço seco, formando uma espécie de forca.
Casais Brancos
- Pela altura da Festa cozinha-se o bolo ferradura (doce).
- Também os Caladinhos são um doce típico dos Casais Brancos. Trata-se de um biscoito redondo tipo bolacha, baixinho e seco. Este é uma receita que tem passado de boca em boca ao longo das gerações, normalmente de mães para filhas.
- Na Quinta-feira de Induências que antecede a Sexta-feira da Paixão (Sexta-feira Santa), à imagem do que acontece na Coimbrã, tinham o costume de cear apenas arroz doce.
Coimbrã
- Pela altura das Festas cozinha-se o bolo ferradura (doce).
- Na Quinta-feira Santa tinham o costume de cear apenas arroz doce. Várias pessoas ainda perpetuam esta tradição transmitida pelos seus familiares.
- Comia-se as batatas com chicharro seco.
Geraldes
- Bolo ferradura, broas de erva-doce e batata-doce por altura das festas.
- É uma zona onde se comia muito feijão.
Lugar da Estrada
- Broa com torresmos
- Broa com sardinhas
- Pastelinhos de polvo
- Sarrabulho
- Bolo Ferradura (na festa de Janeiro)
Ribafria
- Ferraduras
- Pães-de-ló
- Açorda feita com pão de milho
- Papas feitas com farinha de milho / trigo acompanhadas com couves e feijão
- Matança do Porco: febras ao almoço, sarrabulho ao jantar e cozido ao almoço.
- Galinha em alturas de festa.